O fato de ser presidente dos EUA já consta como um fato histórico em si. Ser negro, de descendência africana, mesmo que seja apenas por parte de pai, num país racista, preconceituoso, com uma população altamente influenciável pela mídia e com uma visão leviana e superficial do resto do mundo e muitas vezes do seu próprio país é de se admirar a vitória de Obama. Mas, posso até ser pessimista em dizer isso, mas com John Maccain e pior Sara Palim como vice presidente sendo os dois apoiados pelo Bush só restava como opção viável Obama.
Com o slogan Yes, We can (sim, nós podemos) Obama procura reunir os estadunenses para participarem do projeto de reerguer os EUA, deixa de lado o individualismo típico dos líderes e utiliza bastante o pronome NÓS, em que todos tem sua cota de responsabilidade, perfeitamente cabível no espírito de "Não pergunte o que o Estado pode fazer por você, mas sim o que você pode fazer pelo Estado".
Obama foi um voto de esperança, mas esperança é um sentimento que se deve ter muito cuidado. Pois pode se realizar como também não pode se concretizar. É 50% possível e 50% impossível? Difícil dizer por que as variáveis são grande demais e saber controla-las é praticamente impossível, no máximo tentar que a conjuntura seja favorável.
E por falar em conjuntura, well... Bush fez o favor de deixar um tremendo abacaxi de presente de despedida do governo. Saúde pública um caos, tema até de documentário de Michaeel Moore, o pior sistema educacional dos países desenvolvidos, uma guerra no Iraque onde foram torrados bilhões de dólares e ceifados vida de soldados inutilmente, uma guerra sem um efeito prático onde poucos vão lucrar com ela e por fim uma crise econômica mundial que começou no mercado imobiliário dos EUA e que se espalhou que nem vírus pelo mundo.
Por ser a esperança de um renovação acho que Barack vai ser muito cobrado ainda mais que que é depositado em seus ombros a esperança de muitos eleitores, principalmente aqueles que não são WSP, Branco saxão e protestante, ou seja os negros, latinos e demais imigrantes e descendentes que vivem e que não podem mais ser ignorados.
Contudo, essas mudanças podem ser tímidas, de acordo com o artigo publicado na revista História Viva nª 63 do professor Sean Purdy, professor de história dos EUA da Universidade de São Paulo. De acordo com o professor, a escolha dos secretários e assessores foi feita principalmente por banqueiros e pela alto elite de governos anteriores. Há pouca gente supostamente ligada a movimentos sociais, teoricamente, sua principal base eleitoral. Há de se considerar que mudanças radicais agora seriam bem complicadas, é início de governo mais do que apoio e legitimação dos eleitores, é necessário também apoio dos congressistas.
Agora basta esperar no que pode acontecer, mas desejamos haja melhora sim e que apesar das inumeras dificuldades que Barack Obama vai encontrar, que ele seja uma liderança coerente como foi Roosevelt.
Close ther World Open the Next
Nenhum comentário:
Postar um comentário