domingo, 13 de abril de 2008

Empório das identidades


Havia uma loja que vendia identidades, mas não era identidade de documento, registrado em cartório, etc. Era uma loja em que vc poderia escolher o que quer ser e como deve ser. Variedade é o que não falta, lá pode vc comprar ser emo, rockeiro, otaku, nerd, funkeiro, micareteiro, fanático religioso, direitista, esquerdista, plaboys, patricinhas, entre outros. Não se esquecendo dos anarquistas de formação, de botequim ou para tirar onda mesmo. O mesmo vale para sociólogos e filósofos de mesa de bar ou os pseudointelecutuais.
Ao comprar uma identidade é pacote completo. O jeito de pensar, de agir, as preferências, as roupas e os gostos musicais. É só entrar e pedir. O preço depende do artigo que vai querer, com a vantagem de que a forma de pagamento é muito variada e se aceita todas as moedas. Futilidade, alienação, solidão, preconceito, perseverança, excentricidade, arrogância, egoísmo, altruísmo, solidariedade, radicalismo, luta, equilíbrio, etc.
Pode até mudar de identidade conforme vai passando o tempo, ou acumulando com algumas afins até mesmo contraditórias para momentos especiais ou não. O que importa é ter uma identidade seja para se encontrar, se enturmar, protestar com ou sem causa, aparecer, fugir, esconder algo, lutar por algo e por aí vai.
Agora nessa loja é difícil encontrar a identidade “Eu mesmo”, que pode ser tudo e nada ao mesmo tempo, que não deseja seguir regrinhas de comportamento e dar razão a estereótipos, que não deseja mais um no gado guiado no pasto da mídia, sociedade, moda entre outras formas de controle.

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